dentificar uma mudança na rotina da escola a partir do modo e atuação, não intencional, que o grupo de professores residentes conseguiu imprimir na rotina das escolas. Os momentos de encontro compartilhados, as atividades e ações diferenciadas que foram propostas, exatamente pelas diferentes experiências contribuiu para um protagonismo dos professores ingressantes. Sendo importante salientar que professores iniciantes se beneficiam da ajuda dos professores experientes na preparação de aulas, material pedagógico e nas orientações sobre os modos de trabalhar.
Nota-se que se planejar em conjunto com uma postura mais colaborativa promove melhores resultados. \citet{nvoa2019} defende que a docência deve ser compreendida como algo coletivo, no plano do conhecimento e da ética. Segundo o autor, “não há respostas para o conjunto de dilemas que os professores são chamados a resolver numa escola marcada pela diferença cultural e pelo conflito de valores”.
As mudanças fundamentais nos últimos 50 anos implicam um aumento na demanda por habilidades cognitivas e interpessoais não rotineiras e um declínio na demanda por habilidades cognitivas de rotina, do trabalho físico e tarefas físicas repetitivas. Os licenciandos estão entrando em um mundo caracterizado por maior incerteza, velocidade, risco, complexidade e trabalho interdisciplinar. A universidade, por sua vez, enfrenta grandes problemas para suprir essa demanda, como a falta de condições físicas e de materiais, currículos que precisam ser revisados, falta de professores entre outros, situações que, muitas vezes, torna os cursos de licenciatura pouco atrativos.
O ensino universitário e o modo de aprender enquanto estiver na universidade precisarão preparar os alunos para ingressar em um ambiente assim e equipá-los com habilidades, conhecimentos, valores e atributos adequados para prosperar nele.
A qualidade dos cursos de licenciatura é importante para os resultados da aprendizagem dos alunos do ensino básico. Porém, promover o ensino de qualidade apresenta às instituições uma série de desafios no momento em que o ensino superior está sendo pressionado em diversas direções. As instituições precisam garantir que a educação que oferecem atenda às expectativas dos acadêmicos e às exigências da sociedade competitiva por um lado, mas desestimulante quando se pensa na profissão do professor.
As instituições de ensino superior são organizações complexas, nas quais a visão e a estratégia de toda a instituição precisam estar bem alinhadas às práticas e inovações no ensino e na aprendizagem. O ensino superior precisa ser repensado para que as instituições atuem como comunidades eficazes de aprendizagem, nas quais as excelentes práticas pedagógicas que são desenvolvidas possam ser compartilhadas para que as mesmas não sejam estigmatizadas erroneamente como espaço de “balburdia”.
A educação de qualidade seja ela nas universidades ou nas escolas de ensino fundamental e médio envolve várias dimensões, incluindo não só o currículo e seus conteúdos, mas uma variedade de culturas, contextos com diferenças étnico-raciais, sociais e econômicas, de gênero, de aprendizagem, do feedback de resultados e métodos de avaliação eficazes de aprendizagem. Também envolve desde a inserção de ambientes diferenciados de aprendizagem como ações afirmativas, pela promoção de políticas e programas de apoio à permanência, apoio pedagógico e social \cite{filho2016,Silva_2019}.
Quando se pensa em educação de qualidade devemos ter em mente que ela deve ocorrer muito além do professor e do aluno, mas em três níveis essenciais, interdependentes e complementares: a) Programas e ações governamentais para fomentar/viabilizar recursos para a educação; b) Instituição de Ensino Superior (IES), incluindo nos currículos e na formação de cursos de licenciatura, projetos e programas em consonância com a elaboração de políticas públicas voltadas para a educação, bem como o apoio à organização e engajamento; c) Individual: incluindo iniciativas que ajudem os professores e alunos, incentivando-os a inovar, apoiar melhorias na aprendizagem dos alunos e a adotar um foco orientado ao aluno. No entanto, quando falamos em propiciar o ensino de qualidade não podemos fomentar ou punir cada um destes níveis individualmente uma vez que os mesmos se relacionam.
No âmbito de programas e ações governamentais, as políticas educacionais e a legislação vinculadas à educação devem dialogar intensivamente com o ordenamento do sistema escolar, mas devem ser avaliadas sob a perspectiva social e ética a fim de servir à democracia do grupo a que estão submetidas \cite{schultz2008}.
Neste contexto a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi proposta com o objetivo contribuir no estabelecimento de conhecimentos, competências e habilidades, o que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da educação básica, e apresenta como intenção a formação e construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. A BNCC segundo \citet*{2018} “impacta de forma direta as políticas direcionadas aos currículos escolares, à formação dos profissionais de educação, bem como os processos avaliativos nas escolas e sistemas de ensino”. Nos atuais moldes propostos observa-se que esses objetivos não conseguirão ser alcançados por diversos problemas iniciados na sua concepção, construção e ideologia de mercado que está inserida no texto da base até com a forma com que isso tem chego às escolas.
Nesse sentido, alguns desafios são encontrados durante a implantação, desde a garantia ao direito de aprendizagem a todos os alunos da educação básica até o desenvolvimento de inserir pedagogias diferenciadas na prática do cotidiano escolar. \citet{silva2015} faz uma crítica à dimensão do controle por parte do Estado sobre as escolas e, em consequência, sobre a formação dos indivíduos. Iniciativas impostas de cima para baixo podem encontrar resistência da comunidade tanto na comunidade acadêmica como nas escolas, uma vez que todos percebem como uma invasão da autonomia.
Por outro lado, o engajamento de futuros docentes nas atividades escolares pelos programas como o Pibid e o RP são formas de encorajar os licenciando a se tornarem mais ativos e motivados a gerar um ensino de qualidade. Programas como esses, abrem uma porta para os futuros docentes, proporcionando experiências incríveis e com todo o apoio dos docentes. Essa experiência será fundamental para o futuro docente em sua carreira e consequentemente na busca dele por promover uma educação de qualidade.
Programas que incentivam a iniciação à docência contribuem com a associação dos conhecimentos teóricos e práticos promovendo a adequação da formação acadêmica com as exigências de sua atividade profissional e, a oportunidades de criação e aplicação em experiências metodológicas.
Há um forte impulso para construir e criar conhecimento, juntamente com uma compreensão da vida profissional e reformular o conceito de conhecimento em situações de aprendizagem. Conexões mais estreitas com a vida profissional por meio de programas como o Pibid e RP oferecem oportunidades autênticas para desenvolver a prática docente, além de criar redes de colaboração e formação profissional quando terminam a graduação. O aprendizado do licenciando inserido na sala de aula pode ajudar as escolas e IES interpretarem e responderem aos desafios do seu em torno.
Os cursos de licenciatura não podem mais pertencer a uma comunidade de doutores detentores do conhecimento das suas disciplinas que transmitem conhecimento aos acadêmicos, sem relacionar questões teóricas às práticas vivenciadas nas escolas. Tanto a complexidade quanto a incerteza da sociedade exigirão que as instituições se adaptem continuamente. O papel dos professores de ensino superior precisa mudar pois, além de ser um especialista da sua disciplina os professores precisam ter nova habilidades pedagógicas, uma vez que os cursos passam anualmente por avaliações nacionais e precisa preparar os futuros docentes para saber pensar reflexivo \cite{libneo2011,durham2018}. Eles também precisam estabelecer uma rede de colaboração entre colegas de outras disciplinas, departamentos e comunidade externa para fortalecer uma dinâmica de aprendizado.
Os novos paradigmas de ensino e aprendizagem nas IES implicam em novas relações ao acesso aos professores e uma ampla gama de comunicação e trabalho colaborativo por meio de plataformas de aprendizado; redesenho de currículos conectando o ensino e a pesquisa com mais intensidade; o uso de tecnologias, modelos de avaliação alinhados à aprendizagem centrada no aluno; a criação de plataformas inovadoras de aprendizado e a avaliação dos impactos da eficácia do ensino ministrado. Com a diminuição de recursos e o aumento da concorrência estabelecido por cursos de ensino à distância, os desafios podem parecer insuperáveis, mas, mesmo assim, as IES devem resistir na promoção de um ensino de qualidade.
Na atual conjuntura os cursos de graduação são avaliados por exames nacionais que muitas vezes não refletem o verdadeiro desempenho das IES, os exames podem ofuscar o processo de ensino e a aprendizagem. Devemos ficar atentos, pois muitos órgãos governamentais tomam a decisão na distribuição de verbas considerando tais resultados sem perceber que os resultados sugerem que suas políticas públicas de investimento em educação é que precisam ser aprimoradas.
Ao mesmo tempo, as IES de todo o país estão sob grande pressão pública para demonstrar que estão preparando seus graduados para o mercado de trabalho, para demonstrar bons índices e para mostrar que valor os acadêmicos receberam em troca do “custo” de sua educação. Os acadêmicos compreendem um valor muito alto na pesquisa dentro das IES, junto com os professores estão cientes do desafio de "publicar ou perecer", ambos sabem que a publicação na IES desempenha um papel importante na determinação de uma carreira bem-sucedida e com o aporte financeiro de mais recursos, além de propiciar o desenvolvimento da sociedade.
Muitos obstáculos estão presentes na vida do licenciando, um deles é distância entre a vivência da escola e a formação de ensino. Programas como RP e Pibid auxiliam a diminuir essa distância levando o licenciando a vivenciar questões importantes no cotidiano escolar complementando a teoria aprendida.
Cada vez mais pesquisas vêm apontando o Estágio Curricular como uma experiência fundamental para a formação de qualidade de futuros professores, já que possibilita a articulação entre a teoria e a prática social da profissão docente \cite{poladian2012}. Para o referido autor, esse espaço, se bem planejado, com objetivos e estrutura curricular que possibilite a articulação, dá ao estudante a vivência e oportunidade para que a teoria seja significada, além de desenvolver importantes habilidades de um professor reflexivo.
O currículo dos cursos de licenciatura também pode ser considerado um obstáculo na carreira do licenciado, disciplinas que envolvam a inclusão, tecnologias e a aplicação de metodologias inovadoras tendem a promover um ensino de maior qualidade e a disciplina de estágio supervisionado por exemplo, não deve estar voltada para somente à regência e a observação em sala de aula ou escola campo, mas promover a articulação entre questões teóricas e práticas.
Neste contexto o RP, contribuiu para a reflexão da prática no estágio curricular. O RP veio para reestruturar o sentido do estágio supervisionado, contribuindo mais para o desenvolvimento do licenciando, pois contempla a inserção real na escola, tornando a experiência de docente muito proveitosa devido a participação mais efetiva junto com o professor da educação básica. Essa aproximação pode ser destacada como a principal contribuição desse programa à educação brasileira.
A formação continuada dos professores da IES também foi um ponto considerado nas reflexões desse artigo. Um estudo realizado por \citet*{schwartz2012} aponta que a maioria dos alunos consideraram indispensável num professor a organização, comprometimento e também a atualização. Para o autor pontuar questões como essas, socializá-las e repensá-las poderá contribuir como alternativa para problematizar os processos de ensino e de aprendizagem no Ensino Superior.
Muitos professores do ensino superior, inclusive da UNESPAR passaram suas carreiras dentro da academia ou têm uma vasta experiência como profissionais, entretanto o principal desafio para a IES e um ensino de qualidade é transformar especialistas em disciplinas em excelentes professores, principalmente aqueles docentes especialistas que estão inseridos nos cursos de licenciatura.
É necessário ao professor ao ensino superior compreender de que forma se dá os processos de conhecimento, no sentido de que cada aluno tem ritmo e maneira próprios de aprender. A partir dessa compreensão o processo de ensino aprendizagem consegue se efetivar, além de auxiliar ao professor a realizar sua autoavaliação em termos de didática, conteúdo, metodologias, atividades propostas e processos de avaliação.
Dentro da UNESPAR o Programa de Reestruturação Curricular dos Cursos de Graduação promoveu a articulação curricular da graduação com a oferta de subsídios teóricos aos docentes. Os princípios norteadores para o fortalecimento na reestruturação curricular são a concepção de universidade como instituição social, pública, gratuita, laica e autônoma; a garantia de socialização e produção de conhecimentos socialmente relevantes para nossa comunidade; a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão como fundamento metodológico do ensino universitário; a luta pela garantia de acesso e permanência dos estudantes no ensino superior; e o compromisso ético-político com a busca por uma formação integral, humana e profissional, que contribua para o processo de emancipação social.
Assim, um programa bem projetado precisa ser o resultado de uma reflexão colaborativa sobre a qualidade do ensino e da aprendizagem, alinhada com os valores da universidade, a identidade e as expectativas do corpo docente. Essa reflexão requer tempo, convicção, motivação e abertura. Ele pressupõe que não apenas os professores estejam envolvidos, mas também reitores, chefes de programas e outros líderes de equipe que são motivadores da mudança. Um caminho que requer não só envolvimento da comunidade acadêmica, mas boa vontade das políticas para que possa ser colocado em prática na garantia do fornecimento de condições adequadas para reestruturações e reflexões em torno da organização universitária possam ser colocadas em prática.
Esse processo colaborativo não apenas fornece uma base sólida para determinar as competências pedagógicas que os professores precisam desenvolver e o apoio de que necessitam, mas também ajuda a construir um compromisso coletivo entre os professores, com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino.
É importante aproximar professor e licenciando com a realidade das escolas brasileiras uma vez que ambos podem participar em conjunto na elaboração de programas de ensino voltados para as escolas públicas, ou outras atividades como oficinas e treinamentos para professores. Esse trabalho em conjunto fornecerá uma experiência maior para o licenciando, impactando o ensino básico e promovendo uma motivação para o professor da IES.
Outra forma, é trazer a escola para dentro da universidade é através de projetos de extensão. A extensão permite que os alunos das escolas vivenciem uma outra realidade, promovendo um despertar e um engajamento maior entre universidade e escola, uma construção de conhecimento maior para o licenciando.
A expansão do ensino superior, maior ênfase nos resultados de aprendizagem dos alunos e o advento de novas abordagens pedagógicas - oferecidas pela tecnologia - apontam para a necessidade de um novo perfil tanto para os professores na IES como nas escolas. É importante que os professores se envolvam e sejam proficientes na construção dos currículos, aprendizado baseado em projetos, novas formas de avaliação de pares e grupos, na captação de recursos e estabelecimento de redes de cooperação. Colaborações multidisciplinares, programas internacionais e a integração de novas tecnologias adicionam mais complexidade à tarefa de ensino dentro das IES.
Desta maneira, a UNESPAR pode se beneficiar, basicamente, de duas formas: professores mais capacitados e alunos ainda mais aptos a enfrentar a docência (no caso dos cursos de licenciatura), no segundo caso a própria universidade se beneficiaria através do envolvimento e participação em programas de formação de professores que promovam essa colaboração.
Os alunos: Da inércia para o engajamento
Durante as intervenções do RP nas escolas tivemos a oportunidade de observar uma certa inércia entre os alunos, sejam eles do ensino fundamental I ou II. Entretanto, a apatia ficou mais evidente entre os alunos do Ensino Médio. Percebe-se que uma barreira para o aluno na construção do conhecimento é a sua própria motivação para aprender e para chegar até a escola.
Para o aluno conseguir se manter motivado durante quase quatro horas dentro da sala de aula é enfadonho. Entretanto a falta de motivação por parte dos alunos é comumente vista como um problema inerente ao comportamento dos alunos, fazendo com que professores não queiram superar tais desafios e em alguns casos fazendo os alunos desistir de ir até à escola.
Apesar de se saber que a motivação é um sentimento, ou se tem ou não tem, ela tem um papel extremamente importante nos resultados que professores e alunos almejam \citep*{varela2007}.
Mas a motivação também está relacionada à satisfação de como vemos a vida e que se reforça mutuamente. Alunos que estão satisfeitos com suas vidas tendem a ter maior resiliência e são mais tenazes diante dos desafios. Uma visão positiva das circunstâncias do mundo e da vida constroem a motivação e dá aos alunos um senso de propósito na vida. Uma relação positiva entre o professor e aluno pode prevenir problemas indisciplinares no ambiente escolar, diminuir o estresse do professor e fomentar o desenvolvimento profissional do docente \cite{Wubbels_2005,Baker_2006}.
Os alunos muitas vezes não entendem a relação entre aprendizagem com uma aspiração de valor para sua vida, fazendo com que eles não se envolvam nos trabalhos escolares e os tornam desmotivados. Portanto, motivar os alunos é uma forma de encorajá-los, de desenvolver competências, autoestima, autonomia e auto realização \cite{varela2007}.
As expectativas dos alunos quanto ao futuro influenciam o que eles escolhem para estudar e as atividades que realizam. Os fatores que moldam as expectativas dos alunos incluem a influência de pessoas próximas ao aluno, seu desempenho e seu envolvimento. Os adolescentes em particular, precisam estabelecer laços sociais e valorizam a aceitação, o cuidado e o apoio que recebem dos outros. Os alunos que sentem fazendo parte da escola têm maior probabilidade de ter um melhor desempenho e serem mais motivados para permanecer na escola, também estarão menos propensos a se envolver em brigas e confusões.
Entretanto, para alguns alunos, a escola é um lugar de tormento pois o bullying está presente sendo infligido diretamente, através de abuso físico (bater, socar ou chutar) e verbal (xingar ou zombar) ou indiretamente pela exclusão social, pela exclusão e rejeição de colegas, fofocas ou outras formas de humilhação em público. Além disso, como os alunos estão permanentemente conectados, o cyberbullying se tornou uma nova forma de agressão nas escolas. Toda a comunidade escolar deve estar atenta às situações de bulling e cyberbulling que podem estar ocorrendo entre os pares.
Não foi uma surpresa perceber durante as intervenções realizadas nas escolas que as famílias, sejam elas pertencentes a qualquer forma de construção, influenciam constantemente as realizações, expectativas, atitudes dos alunos. O envolvimento da família na escola fornece um suporte adicional ao aprendizado dos alunos. No contexto familiar, também se observou que a renda familiar não está relacionada apenas ao desempenho, mas também pode afetar a satisfação dos alunos com a vida, a percepção que tem sobre si mesmo e suas aspirações para o futuro.
O aluno é a essência da escola e do ensino, é ele que deve ser objeto de estudo permanente, sua formação social, sua história de vida, sua opinião e visão de mundo são os principais pontos que devem nortear as atividades da uma sala de aula. Além disso, sabe-se que os alunos não aceitam um modelo vertical, autoritário e uniforme de aprender \cite{moran2015}. A capacidade dos alunos desta geração que já nasce conectada é imensa, desde que recebam as ferramentas certas e tenham clareza sobre os objetivos de seu envolvimento. Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes.
O engajamento do aluno pode se dar de diferentes formas e não necessariamente precisa se dar de forma direta. Ele pode ocorrer em plataformas, votação, assembleias e reuniões para saber a opinião nas atividades e decisões que a escola precisa tomar.
O envolvimento do aluno, pelo diálogo e participação, não apenas sobre o que funciona bem, mas também sobre o que eles gostariam de fazer, de que maneira diferente gostariam de fazer e como fazer é uma ferramenta importante para que o aluno comece a sentir que faz parte da escola.
Inicialmente os alunos podem relutar em assumir esse papel e podem duvidar do valor agregado de suas contribuições e acreditem que seus pontos de vista serão ignorados. Essas preocupações podem ser agravadas se for difícil para eles ver evidências de ação como resultado das várias decisões em que participam. Portanto, é crucial tornar as considerações que os alunos fazem significativas para que possam ser úteis à escola.
Durante esse processo participação gradual na mudança de comportamento na escola, alguns alunos podem esperar mudanças irreais por não estarem acostumados a trabalhar de forma tão participativa nas tomadas de decisões. Alguns ainda podem usar as avaliações e consultas para apenas reclamar. Apesar desses obstáculos, vale lembrar que os alunos estão continuamente fazendo suas próprias avaliações daquilo que acontece na escola, mas talvez de forma negativa. Por passarem um tempo grande na escola eles tem clareza sobre os problemas da escola, reconhecem os professores parceiros, aqueles nem tanto, sabem quais as aulas e disciplinas são mais interessantes, sabem das “tretas” que ocorrem entre seus pares, apenas não estão acostumados em assumir uma postura participativa. E talvez este seja possa ser um dos motivos da falta de motivação.
No que se refere ao aluno, é importante conhecê-lo como um indivíduo que tem outras motivações e que de longe, estas motivações estão voltadas para educação. Faz então necessário reconhecer o potencial dos alunos para que desempenhem um papel ativo e construtivo sobre questões da escola. Compartilhar e discutir as estratégias de ensino e aprendizagem podem efetivamente melhorar as práticas de ensino. O papel da escola deve ser repensado, não podemos permitir que as reflexões sobre a educação estejam voltadas apenas para questões de como os alunos aprendem, do que eles devem aprender, mas para que possam participar de forma significativa em sociedades que se transformam rapidamente. Além de considerar as diferenças e necessidades individuais, as escolas podem e devem promover a mobilidade social se ajudarem todos os alunos a desenvolver uma visão positiva de si mesmos e de seu futuro.
Professores como agentes da mudança: refletindo a respeito da educação básica
A partir da figura do professor é que se pode pensar numa mudança significativa na formação dos alunos, pois este deve atuar como moderador do aprendizado, e para isto deve dispor de um aparato técnico-científico embasado em teorias constatadas de uma educação eficiente e plena, com destaque para seu papel de mediador do processo, tendo em vista que o professor enquanto mediador do processo educacional deveria favorecer todas as possibilidades que estivessem dentro do cotidiano dos seus alunos; isto serve tanto para a educação básica como para o ensino superior \cite{libneo2011,demo2011,sena2016}.
Entretanto, de uma maneira-geral, atualmente percebe-se que os professores estão descontentes em sua profissão, não indo muito além do que transmitir os conteúdos obrigatórios. A indisciplina nas salas de aula é grande, fazendo com que o professor não se importe com o aprendizado do aluno, portanto o grande desafio é em reverter essa situação de conflito entre professor, aluno e escola \citep*{belotti2010}.
Durante as intervenções foi comum ouvir de professores qualificados e experientes o desejo de deixar a profissão devido ao estresse. As consequências pessoais do estresse do professor levam à ausência e faltas constantes desencadeadas pelo seu esgotamento físico e emocional. Como consequência, professores emocionalmente exaustos podem apresentar reações punitivas ou simplesmente um baixo envolvimento, que contribuem para climas negativos na sala de aula e na relações aluno-professor. Padrões de indisciplina dos alunos e estresse dos professores podem formar um ciclo difícil de interromper.
\citet*{anadon2018} apontam as péssimas condições de infraestrutura, de recursos pedagógicos, ou mesmo as extenuantes jornadas de trabalho e a baixa remuneração salarial como grandes lacunas a serem preenchidas para a possibilidade de um ensino de qualidade no país.
Muitas demandas podem estar contribuindo para o esgotamento físico e emocional dos professores. Basta considerarmos que em apenas um dia de trabalho na escola o professor precisa ensinar, planejar, gerenciar diferentes comportamentos e expectativas, avaliar aprendizados, aconselhar alunos, escrever relatórios, inovar nas aulas e atividades, além de dedicar-se para a promoção da sua formação continuada. As consequências do estresse do podem levar a faltas e atestados constantes.
Outro fator que contribui é o comportamento dos alunos, incluindo falta de motivação, desrespeito, violência e autoridade desafiadora. Entretanto, muitos professores adotam para si um modelo ideal de aluno: disciplinado, dedicado, esforçado e responsável com as atividades. Aluno este que não corresponde com a realidade da maior parte das escolas públicas: alunos com baixa autoestima, desinteressados, de baixa renda, inseridos as famílias não têm quase nenhuma escolaridade e pouco estão interessadas com o desempenho dos filhos nas escolas. Esse choque de visão entre “aluno ideal” com a realidade é extremamente danoso para a relação professor-aluno \cite{mazzotti2006}.
Hoje nas escolas temos uma diversidade de alunos, cada qual com sua história de vida, crenças e escolhas e aí vem a grande dificuldade do sistema educacional de se trabalhar com essa diversidade de alunos \citep{barbosa2011}. A escola deve reconhecer essa diversidade e responder com eficiência pedagógica, para que as necessidades educacionais de cada aluno sejam atendidas \cite{Silva_2005} . Entretanto o que se vê são professores com sobrecarga de trabalho, muitas vezes com a missão de resolver dentro da sala de aula os problemas de toda uma sociedade e sem condições de trabalho para tal.
Na prática, as relações que envolvem os alunos e professores desencadeiam uma aversão à educação, acarretando problemas na visão do ser docente que acaba por refletir na baixa demanda de interessados em cursos de graduação voltados para as licenciaturas \cite{Tartuce_2010}. Com a diminuição da procura por cursos de licenciaturas, conforme as pesquisas sugerem, os problemas com o suprimento de professores na educação básica serão ainda maiores \citep*{gatti2009}.
No ensino superior muitos alunos que cursam licenciatura ainda não estão convictos de seu desejo de docência, ou a observam como uma alternativa de trabalho, não como um verdadeiro desejo de ser professor \cite{Brando_2009}. Professores que não querem lecionar, alunos desmotivados levam uma relação desarmoniosa em sala de aula.
Uma educação de qualidade é a base para o sucesso de uma sociedade, é necessário um olhar atento para os alunos, não os caracterizar como parte de um sistema educacional, mas sim como parte essencial na formação de uma sociedade mais justa, com equidade e com concepções mais humanas.
Lecionar com as mesmas ferramentas utilizadas na década passada não prepara os alunos para o futuro, principalmente porque com a velocidade e o fluxo de informações que recebemos hoje é muito mais rápido. Torna-se necessário lançar desafios, fazer o aluno pensar, incentivar a criatividade e estimular o pensamento crítico-reflexivo \cite{libneo2011,anastasiou2012}.
Os métodos tradicionais, que privilegiam a transmissão de informações pelos professores, faziam sentido quando o acesso à informação era difícil. Com a Internet e a divulgação aberta de muitos cursos e materiais, podemos aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e com muitas pessoas diferentes. Isso é complexo, necessário e um pouco assustador, porque não temos modelos prévios bem-sucedidos para aprender de forma flexível numa sociedade altamente conectada \cite{moran2015}.
A busca e propostas criativas para melhorar o ensino e a aprendizagem podem envolver dinâmicas com recursos audiovisuais, realidade aumentada, telas interativas e jogos. O uso de recursos tecnológicos dentro da sala de aula tem mostrado ser um facilitador no processo de aprendizagem promovendo mudanças positivas no currículo escolar \citep{Morris_2013} e aumentam a habilidades de trabalho em equipe \cite{Azizan_2018}. Mas por outro lado trazem exigências igualmente importantes que precisam ser levadas em conta, como profissionais preparados e escolas com espaços e materiais adequados e com condições para o desenvolvimento de novas práticas.
Uma das formas de desenvolver esse trabalho é por meio da organização com os alunos de um projeto na disciplina, que integre os principais assuntos da matéria e que utilize pesquisa, entrevistas, narrativas, jogos como parte importante do processo. Um dos modelos vigentes é o de concentrar no ambiente virtual o que é informação básica e deixar para a sala de aula as atividades mais criativas e supervisionadas. É o que se chama de aula invertida. A combinação de aprendizagem por desafios, problemas reais, jogos, com a aula invertida é muito importante para que os alunos aprendam fazendo sozinho, juntos e, também, no seu próprio ritmo.
Se, por um lado, a escola e o professor são cobrados para inovações educacionais, por outro são as políticas públicas de investimento que possibilitam que as condições materiais para as inovações se estabeleçam. É, certamente, uma via de mão dupla: uma política que propicia essas condições para inovações e uma escola que inova, ao aderir à uma política inovadora \cite{Parente_2010}. O ambiente físico das salas de aula e da escola como um todo também precisa ser redesenhados dentro de uma concepção mais ativa, mais centrada no aluno. As salas de aula podem ser mais multifuncionais, que combinem facilmente atividades de grupo, de plenário e individuais, mas carece de investimentos e aporte financeiro.
\citet{oliveira2009a}apresenta uma proposta de aprendizagem autodirigida, a qual o professor ao longo de sua carreira continua se capacitando e se atualizando. Esta, parte da ideia de que a explosão da capacidade de produção de novos conhecimentos se dá através do desenvolvimento e utilização de novas tecnologias da informação e comunicação, implicando no modo de vida da sociedade, havendo a necessidade de renovar continuamente conhecimentos e, assim, de se aprender permanentemente.
Repensar a formação de professores é urgente, não apenas na sua qualificação, mas na forma de avaliar e redimensionar os programas de formação continuada como também projetos para formação inicial de professores. O professor é essencial para o estabelecimento da relação entre o ensino e a aprendizagem e das novas competências necessárias para trabalhar com o aluno que está chegando na escola, entretanto deve ser reconhecido dentro das dimensões pessoais, com emoções e sentimentos.
A inovação como um caminho para educação?
No mundo contemporâneo, a informação adquiriu importância econômica e a revolução tecnológica é um dos fatores fundamentais para as transformações sociais, culturais, políticas e econômicas da atualidade. A sociedade vive os impactos de uma nova ordem econômica e social, na qual o cerne das transformações refere-se às tecnologias da informação e comunicação \cite{castells2003}.
Os métodos de ensino na escola estão cada vez mais intimamente relacionados com as transformações sociais, políticas, ambientais e tecnológicas. Percebe-se que há uma necessidade urgente em se reestruturar o currículo escolar em seus variados níveis, desde a pré-escola até os cursos superiores voltados para a licenciatura. É indiscutível a importância de um estudo sistemático no que se refere à escolha de propostas inovadoras que possam contribuir para o processo de ensino-aprendizagem de forma democrática e eficiente \cite{sena2016}.
As inovações no ensino e na aprendizagem podem ser estimuladas de várias formas e devem ir muito além da implantação de softwares e plataformas de ensino à distância. O ensino inovador deve envolver o conteúdo dos programas oferecidos, apoio ao aluno, avaliação do aluno e / ou o ambiente de aprendizagem.
A inovação no ambiente escolar deve expandir a visão para a estrutura e funcionamento geral da escola, deixar de ser o local geralmente protegido com muros sem que exista uma relação com os pais e com a comunidade. Sim, este aspecto também remete a um caráter inovador, pois ao delinear projetos e programas educacionais deve-se pautar na estrutura, funcionamento e organização dos espaços. A pesquisa na resolução de problemas que estão ao entorno pode estimular a busca de soluções criativas para os problemas e desafios enfrentados em vários níveis e promovem novas formas de aprendizado.
Muitas reformas de ensino defendem descentralização escolar. Para tanto, ganha força a autonomia da escola acompanhada de novo desafios na organização e gestão participativa. Logo, é imprescindível que seus gestores tenham um perfil inovador, que executem novas práticas em contextos de mudanças e inovações constantes \cite{schultz2008}.
Para se consolidar a gestão participativa e, portanto, democrática, a escola deve buscar comportamentos de inovação e mudança no contexto de suas atuações prático-pedagógicas e culturais. Precisamos de modelos mais inovadores, disruptivos, sem disciplinas, que redesenham o projeto, os espaços físicos, as metodologias, baseadas em atividades, desafios, problemas, jogos e cada aluno aprende no seu próprio ritmo e necessidade e também aprende com os outros em grupos e projetos, com supervisão de professores orientadores \cite{2015}.
A escola padronizada, que ensina e avalia a todos de forma igual e exige resultados previsíveis, ignora que a sociedade do conhecimento é baseada em competências cognitivas, pessoais e sociais, que não se adquirem da forma convencional e que exigem pro atividade, colaboração, personalização e visão empreendedora \cite{moran2015}.
É imprescindível, também, um grande poder de adaptação às mudanças por parte dos atores desta inovação. O processo de mudança traz junto a si uma sensação de dualidade, de terreno pantanoso, pois envolve as emoções dos participantes diante do desconhecido, e, ao mesmo tempo, causa estímulos variados de forma mais positiva.
A inovação normalmente requer experimentação de abordagens pedagógicas alternativas e práticas de ensino alternativas que ocorrem principalmente no nível do programa ou da classe. Ampliar as inovações bem-sucedidas e garantir que elas se tornem práticas comuns requer disposições e capacidades administrativas adequadas. Outras inovações podem, por sua natureza, exigir ação concertada em larga escala desde o início implicando em políticas públicas de investimento para as escolas.
Inovar é, portanto, introduzir algo diferente dentro do sistema, para produzir uma mudança organizacional descontextualizada. Este processo deixa de lado os sujeitos como protagonistas do institucional, desprezando as relações e as diferenças entre eles, não reconhecendo as relações de força entre o institucional e o contexto social mais amplo \cite{2012}.
Ao se tratar em inovação surgem algumas dúvidas sobre do que se trata exatamente tal inovação. Para a educação a inovação refere-se a uma nova ideia ou ao desenvolvimento de um produto, processo, estratégia ou método existente no ensino e aprendizagem aplicados em um contexto específico com a intenção de criar valor agregado ou potencial para melhorar aprendizagem do aluno \cite{Serdyukov_2017}.
Todavia, vale a pena destacar que o debate vai além de algo palpável e somente a inclusão de novos termos nos projetos pedagógicos e currículos. Não se pensa em inovação como utilização de altas tecnologias ou materiais de extrema complexidade, mas sim em metodologias que vem de ideias simples, capazes de fazer mudanças na organização da sala de aula, nas práticas que o professor desenvolve da gestão escolar e na sinergia que deve ocorrer entre a universidade e a escola.
Nesse contexto, a formação profissional é imprescindível no sentido de preparar professores para o desenvolvimento da identidade e autonomia com suas bases na coletividade e no social. Questões essas abarcadas por programas como RP e PIBID que atuam de maneira a formar o professor aliando teoria e prática. Uma construção que se dá de forma conjunta e recíproca entre professor e escola.
A melhoria da qualidade educativa se dá também por meio da construção de uma cultura docente consoante e coerente com a realidade das escolas públicas brasileiras e a compreensão e preparo para o enfrentamento dos desafios pelos quais professores e alunos têm passado, daí a importância da vivência e reflexões propiciadas pelo RP. São reflexões realizadas sobre novas práticas, possibilidades e compreensões teóricas em que universidade e professores da educação básica têm a oportunidade de analisar os meandros da educação.
Analisar também a situação das escolas e do processo de ensino aprendizagem em suas áreas, por meio de inúmeras trocas, encaminhamentos didáticos, grupos de estudos em um trabalho sistematizado e constante. Vivenciar uma dada cultura compreende debater com seus pares, refletir sobre este fenômeno na coletividade, tomar decisões e estipular estratégias de ação.
Além do compromisso com os objetivos do RP, na UNESPAR, de formação inicial com qualidade, a inserção no cotidiano das escolas e o envolvimento de professores da educação básica possibilitam uma formação no espaço onde esses graduandos atuarão futuramente. Com isso, a construção de uma cultura docente aos residentes participantes do RP ocorre com uma qualidade maior ao relacionar teorias estudadas às práticas vivenciadas relacionadas ao cotidiano escolar. O Programa propicia aproximação e diálogo com a realidade que por vezes fica distante das academias. Além disso, o projeto auxilia na reflexão a respeito das práticas, teorias e estratégias a serem desenvolvidas proporcionando momentos de trocas entre diferentes licenciaturas que percebem a educação de forma muito própria através de fóruns, debates, exposições, comunicações, palestras, gincanas. Mobilizar acadêmicos em torno de um objetivo comum é compreender da melhor forma a educação para interferir e transformar as diversas realidades. Esse é o primeiro passo para a formação de um intelectual comprometido com as mudanças sociais. O movimento de analisar as várias dimensões do objeto do conhecimento proporciona a construção de um profissional completo, consciente de seu papel que não é apenas social, ou pedagógico, mas é acima de tudo político.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Muitas foram as reflexões que puderam ser levantadas no período em que os licenciandos do Curso de Ciências Biológicas permaneceram no RP. Muitos outros fatores talvez foram discutidos, mas acabaram por ficar de fora neste momento, entretanto entendemos também que um molde de tamanho único poderá não funcionar. Entre os pontos que merecem destaque:
- Os programas e ações governamentais podem promover ou impedir a qualidade da educação. As políticas públicas devem se concentrar em traçar estratégias para melhorar as oportunidades educacionais e o tratamento das necessidades para os mais diversos grupos, sejam eles acadêmicos, professores ou alunos. Neste contexto, programas de apoio à docência devem continuar fazendo parte de um plano nacional para a educação, pois além de favorecer à formação do licenciando, ajudam a permanência dos mesmos dentro das universidades uma vez que a ajuda financeira é um equalizador de oportunidade educacional;
- Estratégias e intervenções devem ser focadas nas necessidades individuais dos alunos pois na escola existe uma diversidade de interesses, motivações e situações. Então cabe a todos os componentes envolvidos propor diferentes soluções atendendo às expectativas e necessidades, bem como aprimorar o nível de engajamento através de diálogo e participação na tomada de decisões;
- Programas como o Pibid e o RP poderão auxiliar na realização de estudos e pesquisas de avaliação dentro das escolas e das universidades para obter insights sobre sua eficácia, uma melhor compreensão das motivações e expectativas dos alunos, bem como as necessidades de cada componente;
- As universidades podem contribuir significativamente ajudando encontrar maneiras inovadoras em resposta aos desafios, apoiando os professores por meio de cursos de formação, capacitação e projetos compartilhados;
- O estresse e a exaustão do professor são problemas significativos que afetam as escolas. Além disso, é preciso valorizar a carreira docente pela garantia de direitos, salários justos, carga horária de trabalho que seja compatível com as atividades realizadas, lançando mão de jornadas menos extenuantes;
- A inovação implica mudança de abordagens intelectuais, atitudes e comportamentos não apenas pela utilização de termos novos. A inovação no contexto escolar dever estabelecer objetivos para desenvolver habilidades adicionais que vão além do conhecimento adquirido, resultando da investigação, reflexão e ação para a transformação positiva induzida por ações intencionais e precisas;
- Faz-se necessária a reestruturação dos currículos tanto das universidades como do ensino fundamental para atender novas demandas, mas o mais importante, é reforçar a importância do olhar crítico e a reflexão do ensino oferecido em cada nível.
AGRADECIMENTOS:
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão das bolsas durante o programa de Residência Pedagógica. Todas as considerações aqui pontuadas partiram de reflexões conjuntas, entretanto expressamos nossos agradecimentos especiais aos residentes: Angélica Moreira Pinto, Bárbara Leonilda Liporini Cunha, Caroline Alves Cordeiro, Elliezer De Lima Correia, Isabela Borin Olsemann, Juciane Modesto Dos Santos, Larissa Melcher, Luan Xavier Santos Mattos, Luciane Aparecida Guimarães Feitoza, Stephany Crislainy Franco Alves e Wesley Silva Da Rosa.