Na imagem formada pelo experimento, nota-se a formação de um padrão de interferência apenas explicável se a luz for composta por ondas. Dois fenômenos ondulatórios podem ser observados se a definição da imagem for suficientemente boa: a difração e a interferência. O padrão apresenta imagens múltiplas da fonte com luminosidade decrescente a medida que se afasta do centro da tela. Em cada imagem, caso a resolução seja boa, pode-se ver um padrão de franjas claras e escuras.
Portanto, a luz não pode ser formada por partículas clássicas. Contudo, ainda seria possível que o fenômeno da propagação da luz como onda pudesse ser compreendido dentro do escopo da mecânica clássica, visto que outros fenômenos ondulatórios são evidentemente mecânicos, como o caso das ondas sonoras e das ondas em superfícies líquidas. Nestes casos, um meio material (formado por partículas clássicas) fornece o substrato pelo qual ondas mecânicas se formam e se propagam. Assim, ao introduzir sua teoria eletrodinâmica e utiliza-la para demonstrar que a luz é uma onda eletromagnética,
Maxwell \cite{Maxwell_2009} incorporou à teoria o conceito do
éter. Originalmente, as ondas eletromagnéticas eram descritas como ondas mecânicas que se propagavam sobre o éter.
Contudo, o éter não demorou a ser descartado como um conceito necessário à teoria eletromagnética, de modo que a eletrodinâmica clássica descreve a luz como uma onda formada por campos elétricos e magnéticos transversais em propagação, sem a necessidade de um meio mecânico. Portanto, este ponto de vista não permite que o conceito clássico de partícula seja aplicável. É necessário que o conceito de campo também seja incluído na teoria.
A dualidade onda-partícula
Contudo, pode ser mais surpreendente o fato de que o mesmo experimento foi e continua sendo utilizado para testar outra hipótese, que surgiu com a tese de doutorado de
Louis de Broglie em 1924, a de que toda partícula possui um comprimento de onda associado
\cite{De_Broglie_1925}. Assim, segundo esta hipótese, a matéria pode também apresentar comportamento ondulatório.
Se em vez de um laser um canhão de elétrons for utilizado contra um anteparo com duas fendas estreitas, os mesmos padrões de interferência serão observados (fig. \ref{454160}) \cite{THOMSON_1927}.