Resumo: Este é um Grupo de Revisores de pré-impressão da Revista Ensino & Pesquisa, o qual avaliou o artigo Avaliação de texto e formação docente: reflexões teóricas e metodológicas, de Daniela Zimmermann Machado \cite{authorea}. A Pré-impressão foi originalmente publicada no referido repositório em 13 de dezembro de 2019 (DOI https://doi.org/10.22541/au.157628061.14165489). A autora revisou seu artigo, fazendo alterações, tendo em vista seu encaminhamento para publicação na revista Ensino & Pesquisa \cite{pesquisa}. Cara autora, gradecemos o envio do seu artigo para o nosso repositório Preprint. Depois de analisarmos suas reflexões escrevemos um parecer conjunto, que segue logo abaixo.1) O artigo intitulado "Avaliação de texto e formação docente: reflexões teóricas e metodológicas" apresenta um excelente potencial de discussão. Atualmente vivemos um momento delicado no que tange a formação não só dos alunos da Educação Básica, mas também dos alunos do Ensino Superior com a aprovação da Base Nacional para a Formação de Professores e a implantação da BNCC nas escolas. Programas como o PIBID e o Residência Pedagógica são necessários para desvelar questões importantes e conhecer a prática de acordo com a realidade vivenciada por estudantes de todos os níveis de ensino. Quando você afirma no início do artigo que o texto não poderia ser uma preocupação apenas de professores de língua portuguesa “pois a prática de escrita está relacionada às práticas sociais que devem ser trabalhadas nas diversas áreas do conhecimento, garantindo aos estudantes ampla autonomia de escrita” e que estas questões estão relacionadas a avaliação no âmbito educacional reflete a preocupação da educação no momento atual. As políticas alinhadas ao Banco Mundial como em seu documento Professores Excelentes – como melhorar a aprendizagem dos estudantes da América Latina e Caribe e programas de governo como Pátria Educadora, Educação em Prática e Ensino Brasil que reduz o julgamento do trabalho docente ao desempenho dos estudantes nas provas em larga escala. Sabemos que a avaliação é uma ferramenta muito além dessas questões, como você bem ressalta em seu texto, demonstrando a importância do acompanhamento contínuo e não finalizador desta. Muitas dessas políticas abrem a possibilidade para o envolvimento de fundações, entidades governamentais e órgãos de consultoria que apregoam uma formação docente aligeirada e alienada, o que vem contra as questões trabalhadas em programas como o PIBID, por exemplo. Diante do exposto, sugiro a publicação do texto. Eis o parecer. Agradeço a oportunidade de discutir seu projeto de pesquisa e esperamos que os comentários acima possam ajuda-la no desenvolvimento de seu projeto. 2) O artigo em tela tem como objetivo a avaliação de textos escolares de alunos da Educação Básica, tendo como abordagem a perspectiva interacionista-sociocognitiva, com enfoque teórico-metodológico-narrativo sustentado na análise discursiva, de composição textual e da aplicação gramatical. E, de fato, como a autora argumenta, a avaliação também diz respeito à formação de alunos no Ensino Superior. A produção de textos e de sua reescrita é encarada como um processo. Neste sentido, as reflexões de Machado se inclinaram para as experiências do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência na UNESPAR (2019), na área de Letras Português-Inglês /Letras Português, cujo objetivo é “fomentar a iniciação à docência contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior”\cite{unespar}. No processo formativo, a noção de letramento é fundamental ao ensino, uma vez que envolveu a atuação de sujeitos em sociedade a partir de leitura literária e produção escrita. É extremamente relevante sublinhar que a problematização surgiu a partir das experiências em sala de aula: “como deve ser elaborada a atividade de produção de textos?”, “como devemos corrigir os textos dos alunos?”, “o que deve ser considerado quando se avalia um texto?”, “que critérios podem ser mobilizados em uma avaliação de modo que ela contribua para uma escrita efetiva?” e “o que é, afinal, avaliar um texto?” O artigo poderia ter mais lastro se o processo formativo considerasse o olhar dos aprendentes, além daquele dos docentes e acadêmicos. Para termos exemplos valiosos dos resultados obtidos em sala de aula é fundamental pensarmos e atuarmos de forma adequada na formação dos alunos de graduação, incentivando as boas práticas em pesquisa \cite{nacional}. De todo modo, o objetivo do artigo é outro e isto não interfere em seu mérito ou teor. Não há dúvida de que a formação de alunos da Educação Básica e, por consequência, dos alunos do Ensino Fundamental e Superior na última década é dramática e ao mesmo tempo polêmica. Indícios desta tragédia na educação brasileira podem ser vistos nos dados coletados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes \cite{pisa}. Os dados apresentados para o período entre 2015 e 2018 não mudaram significativamente \cite{michel2019}: se em 2015 - em leitura, por exemplo - ocupávamos o 61º lugar entre 72 países participantes, em 2019, ocupamos o 57º lugar, entre 79 países. Quanto aos níveis de proficiência em leitura, a resolução de um problema a partir de uma postagem na internet, a fim de verificar como os alunos resolviam problemas e faziam inferências é reveladora. Os índices são os mais elementares em comparação com os demais países (Figura 1): "Some 15 % of students, on average across OECD countries, displayed proficiency at Level 1a but no higher, meaning that they could solve tasks at Level 1a but not those considered to be more difficult; another 7.7 % of students did not even attain Level 1a. In 16 education systems – Albania, Baku (Azerbaijan), Bosnia and Herzegovina, Brazil, Brunei Darussalam, Bulgaria, Colombia, Georgia, Indonesia, Kazakhstan, Kosovo, Morocco, Panama, Peru, Qatar and Thailand – Level 1a was the modal level, or the level at which the largest proportion of stud ents scored (Figure I.5.1)."